
As gravações feitas pelas câmeras ajudam a combater o crime e solucionar outros problemas como identificação de motoristas envolvidos em acidentes de trânsito. “Há também denúncias de moradores contra policiais. Todos os casos de abusos serão avaliados por meio das filmagens”, diz o tenente.
Os vídeos são arquivados durante um mês em um sistema de backup. Cada um dos vídeos recebe uma marca d´agua, que certifica a data e hora do processamento do arquivo. O policial que acessa o conteúdo precisa usar uma certificação digital que assina a visualização das imagens.
Cada uma das câmeras consegue atingir um ângulo de 360 graus, aproximar a imagem em 36 vezes e filmar no escuro com a tecnologia de LED infravermelho. Já a conexão entre os equipamentos e a central que recebe as imagens é feita com cabos de fibra ótica.
A central da UPP, que fica no topo do morro, conta com duas equipes. Três policiais fazem parte de um grupo de monitoramento, que verificam as imagens durante todo o dia. As equipes são revezadas a cada 12 horas. Um segundo grupo fica na sala de operações e apenas recebe as características de infratores e repassam as características físicas aos policiais que fazem a segurança das vielas.
Em casos de falta de energia elétrica, o sistema das câmeras funciona até 10 horas com a ajuda de baterias. “As coordenadas são repassadas imediatamente por meio de rádio para os outros policiais. Contamos com um sistema integrado com o GPS, que permite verificar a distância de cada um dos agentes. Outro dia apreendemos a droga de um traficante que escondia o material sob uma telha”, diz Borges.
O tenente contou também que um morador tentou quebrar a infraestrutura com um bambu e foi surpreendido pelos policiais. “Cada câmera consegue monitorar o outro equipamento”, explica.
Borges afirma que os carros não conseguem passar em 90% das estreitas vielas da Rocinha e as câmeras funcionam como policiais nestas regiões. “Elas não sentem fome, nunca ficam doentes, não recebem salários, trabalham durante 24h e enxergam melhor que o olho humano”, comenta.
Fonte: Rafael Ferrer
